Grávida pode ir ao Dentista? Gestante não pode, DEVE frequentar a clínica odontológica!

Grávida pode ir ao Dentista? Gestante não pode, DEVE frequentar a clínica odontológica!

Grávida pode ir ao Dentista? Gestante não pode, DEVE frequentar a clínica odontológica!

Grávida: Entenda como deve ser conduzido o atendimento odontológico à gestante e as dúvidas frequentes:

Cuidados Odontológicos durante a gestação são importantes. Idealmente recomenda-se pelo menos uma consulta por trimestre gestacional. Estas consultas têm caráter informativo, preventivo e curativo quando necessário. São examinados além do dentes e cáries, o tecido mole, gengivite e doença periodontal crônica, assim como a necessidade de tratamento destas condições. Orientamos sobre hábitos alimentares, alertamos sobre a ingestão de açúcares e sobre a higiene bucal. 1

O Pré-Natal Odontológico

O termo “pré-natal odontológico” foi criado para enfatizar a importância de gestantes visitarem o cirurgião-dentista, tanto para cuidar de sua própria saúde bucal quanto para receber orientações sobre a saúde bucal do bebê.

Ana Emilia Figueiredo de Oliveira e Ana Estela Haddad 2

Quando a gestação é desejada e programada aconselha-se que a futura mamãe realize o tratamento odontológico necessário antes mesmo da concepção. É uma preparação para que tenha uma gestação mais tranquila.

Como enfatiza o Ministério da Saúde, todas as gestantes devem realizar pelo menos uma consulta odontológica durante o pré-natal.

A Grávida e o Atendimento Odontológico Durante a Gravidez

Durante a gravidez, algumas mudanças no corpo podem afetar a boca, resultando em diferenças perceptíveis. Uma mudança importante é no sistema imunológico, que pode enfraquecer e facilitar o desenvolvimento de doenças nas gengivas. Isso pode acontecer porque a capacidade do corpo de combater germes, como os encontrados na placa dental, pode não funcionar tão bem quanto o normal. 3

Vários estudos mostram que ter doença nas gengivas durante a gravidez está ligado a um maior risco de parto prematuro e bebês com baixo peso ao nascer 4 5 6 7 8

Durante a gravidez, as gengivas tendem a mudar entre o terceiro e o oitavo mês e voltam ao normal gradualmente após o parto. Mudanças na saliva, como variações no pH e em outros componentes, aumentam o risco de cáries em gestantes comparadas a mulheres não grávidas. Isto é piorado devido ao aumento da frequência de ingestão de alimentos, provocada pela diminuição da capacidade do estômago por estar “comprimido”. 9 10 11

Náuseas e vômitos são comuns no início da gravidez e podem durar até o final, causando erosão nos dentes em casos mais severos. A boca seca é uma queixa frequente durante a gravidez, e a saliva tem papel protetor para os dentes.

Incentivamos a toda grávida que tenha um cuidado especial com os dentes durante a gestação, que realize a higiene oral com frequência, mas não escove os dentes imediatamente após episódios de vomito para não causar erosões do esmalte que pode estar fragilizado pelo ácido estomacal.
🚨 🤰 ⚠️ Recomenda-se não escovar os dentes logo após os episódios de vômito. Preferir fazer bochecho com flúor. Isso porque neste momento o esmalte dentário está fragilizado e susceptível a erosão. ⚠️ 🤰 🚨

Gestante pode tomar anestesia local?

Cada futura mãe deve ser avaliada individualmente, mas em geral sim, gestantes podem receber anestesia local. Existem alguns tipos de anestésicos considerados mais seguros durante a gravidez, como a lidocaína com epinefrina. No entanto, é importante ter cuidado para evitar que a anestesia entre na corrente sanguínea e respeitar a quantidade máxima recomendada por sessão. O uso de anestésicos locais com vasoconstritores não é desaconselhado. Os vasoconstritores ajudam a aumentar a eficácia da anestesia. Uma quantidade pequena não causa problemas no fluxo sanguíneo da placenta.

Se a grávida estiver com dor de dente pode tomar remédios?

A futura mamãe deve ser avaliada individualmente. A recomendação para qualquer dor de dente é o tratamento local, podendo ser complementado, se necessário, com medicamentos12

Para procedimentos odontológicos pouco invasivos, a resposta inflamatória costuma ser limitada, sendo suficiente o uso de analgésicos, se necessário. Já em casos de intervenções mais complexas, pode ser necessário o uso de medicamentos com propriedades anti-inflamatórias13

Em casos de infecções bacterianas, o tratamento principal envolve remover a causa, como drenar um abscesso periodontal ou endodôntico. Se a infecção estiver se espalhando localmente ou causar sintomas sistêmicos, como febre e mal-estar geral, pode ser necessário complementar a desinfecção local com o uso de antibióticos por via oral.

Em resumo, pode-se afirmar que o cirurgião-dentista possui medicamentos seguros para realizar o tratamento odontológico em gestantes em qualquer fase da gravidez.

A grávida pode realizar radiografia?

Muitas vezes, os exames de imagem são cruciais para estabelecer o diagnóstico correto e realizar o tratamento adequado. Nesses casos, o cirurgião-dentista não deve hesitar em usar radiografias, mesmo em gestantes, desde que tome todas as precauções necessárias para diminuir a dose de raios x e uso de avental de proteção. As radiografias periapicais, (aquelas radiografias que mostram apenas alguns dentes) precisam de pouca radiação em comparação a outras técnicas.  

O uso de Flúor é indicado na gestação?

O uso tópico de flúor (direto nos dentes) é uma excelente alternativa. Ele ajuda a proteger o esmalte dos dentes contra a desmineralização e auxilia na remineralização. 
Durante a gravidez, mães podem sofrer de refluxo gástrico severo devido a náuseas e vômitos, o que pode causar erosão no esmalte dos dentes. Nesses casos, pode ser necessário aplicar flúor tópico e realizar tratamento restaurador para cobrir a dentina exposta e reduzir a sensibilidade e a lesão nos dentes. No entanto, o gel de flúor pode provocar náuseas, sendo mais recomendado o uso de vernizes.

Qual a melhor fase para a gestante procurar o dentista?

O tratamento odontológico é seguro e pode ser realizado em qualquer fase da gestação. É fundamental lembrar que deixar uma infecção sem tratamento pode ser mais prejudicial para a mãe e o bebê do que qualquer procedimento dentário. No entanto, é importante tomar alguns cuidados para garantir a segurança da mãe e do filho durante o atendimento (ADA, 1995).

Primeiro trimestre de gestação
No primeiro trimestre, a mulher está se adaptando à gravidez e pode enfrentar náuseas, vômitos e ansiedade. Como este é um período crítico de formação dos órgãos do bebê e cheio de mitos culturais, pode não ser o momento mais confortável para procedimentos dentários, mas é ideal para a primeira consulta odontológica pré-natal.

Segundo trimestre de gestação
No segundo trimestre, quando a formação dos órgãos do bebê está completa e a barriga ainda não está muito grande, é um momento seguro para procedimentos odontológicos mais invasivos, se necessário. 

Terceiro trimestre de gestação
No terceiro trimestre, os procedimentos realizados no segundo trimestre ainda são seguros, mas devem ser evitados após a metade deste período devido ao desconforto da mãe.

Posso esclarecer mais alguma dúvida? Ficarei feliz em te responder e ainda complementar este material.

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    Referências

    1. BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Brasília, 2004. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/diretrizes_da_politica_nacional_de_saude_bucal.pdf ↩︎
    2. Saúde Bucal da Gestante: Acompanhamento Integral em Saúde da Gestante e da Puérpera/ Ana
      Emilia Figueiredo de Oliveira; Ana Estela Haddad (Org.). – São Luís: EDUFMA, 2018. ↩︎
    3. VIEIRA, T.R.; PÉRET, A.C.A.; PÉRET FILHO, L.A. Alterações periodontais associadas às doenças sistêmicas em crianças e adolescentes. Rev Paul Pediatr. v. 28, n. 2, p. 237-43, 2010. ↩︎
    4. CHAMBRONE L. et al. Evidence grade associating periodontitis to preterm birth and/or low birth weight: I. A systematic review of prospective cohort studies. J Clin Periodontol., v. 38, n. 9, p. 795-808, sep. 2011. ↩︎
    5. CORBELLA S. et al. Periodontal disease as a risk factor for adverse pregnancy outcomes: a systematic review and meta-analysis of casecontrol studies. Odontology, v. 100, n. 2, p. 232-40, jul. 2012. ↩︎
    6. KHADER, Y.S.; TA’ANI, Q. Periodontal diseases and the risk of preterm birth and low birth weight: a meta-analysis. J. Periodontol., 76, 161-165, 2005. ↩︎
    7. POLYZOS, N.P. et al. Effect of periodontal disease treatment during pregnancy on preterm birth incidence: a metaanalysis of randomized trials. Am. J. Obstet. Gynecol., 200, 225-232, 2009. ↩︎
    8. POLYZOS, N.P.et al. Obstetric outcomes after treatment of periodontal
      disease during pregnancy: systematic review and meta-analysis. BMJ.,
      341, c7017, 2010. ↩︎
    9. OPPERMANN, R.V. et al. Periodontia para todos: da prevenção ao implante. São Paulo: Napoleão, 2013. ↩︎
    10. VERGNES, J.N. et al. Perceived oral health and use of dental services during pregnancy: the MaterniDent study. Sante Publique. v. 25, n.3, p. 281-92, may-jun. 2013. ↩︎
    11. GRAHAM, J.E.; MAYAN, M.; MCCARGAR, L.J.; BELL, R.C. SWEET MOMS TEAM. Making compromises: a qualitative study of sugar consumption behaviors during pregnancy. J Nutr Educ Behav. v. 45, n. 6, p. 578-nov-dec, 2013. ↩︎
    12. POLITANO, G.T.; ECHEVERRIA, S. Terapêutica medicamentosa na gestação. In: ECHEVERRIA, S.; POLITANO, G.T. Tratamento Odontológico para Gestantes. São Paulo: Santos, 2014. cap.5. p.51-65. ↩︎
    13. ↩︎

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